Museu de Antropologia do Vale do Paraíba


    O museu de Antropologia do Vale do Paraíba é uma instituição pública municipal subordinada à Fundação Cultural de Jacareí e está voltada à conservação, estudo e divulgação dos valores culturais da região do Vale do Paraíba, tendo como epicentro o homem enquanto agente capaz de transformar e adaptar o meio ambiente às suas mais diversas necessidades, e recorrendo a objetos como documentos e outras formas de manifestações humanas, com elevado potencial informativo sobre os segmentos sociais que ocuparam esta região.
    A história do Museu, se inicia em 1857, quando o comerciante João da Costa Gomes Leitão, decidiu construir seu solar em taipa com arquitetura neoclássica por mão de obra escrava. Leitão era um grande e famoso comerciante de Jacareí, construiu sua fortuna a partir do tráfico negreiro, produção de café e empréstimo de capital, em 1860 foi tido como maior traficante de escravos da região. A construção de solares era comum entre os grandes cafeicultores do império, pois era uma maneira efetiva de demonstração de poder e ostentação de suas riquezas.
    Depois de sua morte em 1879, deixou o solar para suas filhas, mas anos mais tarde o solar foi vendido para o Estado, onde passou por adaptações para sediar a escola Coronel Carlos Porto, que ocupou o edifício entre 1895 e 1980. Em 1980 a escola deixou o prédio após seu tombamento, onde começou a funcionar o Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, que passou por restaurações durante 12 anos – de 1980 a 1992.
    De acordo com a semiótica social a recontextualização constitui, em termos gerais, a forma como um evento social é representado nas diversas áreas do conhecimento, nas cadeias de práticas sociais e nos gêneros. Para Fairclough, recontextualização é um processo em que textos particulares incorporam outros meios comunicativos, bem como os discursos, os gêneros e os estilos para dar um novo sentido a algo que existe como transmissor de alguma coisa ou ideia.
    Analisando o museu por meio da semiótica social, o Solar Gomes Leitão, pode ser observado pelos aspectos físicos – o que de relevante permaneceu e ainda faz parte do contexto como:

Estrutura: as portas, as janelas, o piano, o chão de pedras; alguns moveis e objetos – escrivaninha, sofás, máquina de costura, ferro de passar roupa, quadros, chaves da época – que ajudam no processo de construção de sentido, tornando-se parte na recontextualização do Solar Gomes Leitão. Nas imagens abaixo podemos observar alguns objetos e a arquitetura residencial da aristocracia do Vale do Paraíba, na  imagem a seguir, temos a foto da estrutura física do prédio, um prédio construído em taipa com arquitetura neoclássica por mão de obra escrava:


Solar Gomes Leitão - Foto de divulgação/Juliana Branco/Banco de Imagem SP

    Foto da mesa de chá com algumas xícaras – provavelmente as mesmas usadas pela família Leitão:


Fonte: Autoria própria, 2019.


    Máquina de costurar, muito utilizada na época:

Fonte: Autoria própria, 2019.

    Chave grande, muito comum da época:

 Fonte: Autoria própria, 2019.

    Cadeiras – aparentemente não confortáveis – equivalentes ao sofá que utilizamos hoje em dia:

Fonte: Autoria própria, 2019.

    Cadernos com anotações nas folhas amareladas pelo tempo, e uma máquina datilográfica:

Fonte: Autoria própria, 2019.

    Carteiras onde provavelmente os alunos sentavam e um totem fotográfico de uma professora em tamanho real, que nos transmite um discurso mais próximo daquela realidade:

Fonte: Autoria própria, 2019.

    Carteiras e materiais escolares – cadernos dos antigos alunos:

Fonte: Autoria própria, 2019.

    Lousa – objeto até então mais significante para o processo de recontextualização da escola:

Fonte: Autoria própria, 2019.

    Escadaria do Museu vista de cima para baixo:

Fonte: Autoria própria, 2019.

→ O que do ponto de vista da semiótica, cria o processo ressignificação: ao se manter alguns dos objetos, mantém-se a história do lugar, o que ele significou, mas agora num contexto diferente, pois há um outro uso: nos sites, blogs, fotografias que passam pela mídia e pelos visitantes, pelos vídeos que circulam pelos canais no YouTube e nas demais mídias que contém um discurso diferente por cada voz pela qual ele é citado. A exemplo, o canal da TV Câmara de Jacareí no YuTube tem um vídeo que conta a história do museu e salienta o lado sombrio da história:

    Em blogs e sites, o museu também já foi retratado e comentado como nos links a seguir:

    Até no Pinterest ele aparece pela voz dos amantes do museu:

    Atualmente o Museu de Antropologia do Vale do Paraíba faz parte da Fundação e, portanto, oferece várias oficinas, feiras e exposições à população com o objetivo de divulgar, preservar e fomentar a arte e a cultura não só local como de todo o Vale do Paraíba. A saber, algumas feiras que são proporcionadas pelo MAV: exposição de cinema, feiras de culinária, feiras de artesanato e artesãos, entre outros temas bastantes pertinentes. Nas imagens abaixo, a exposição sobre cinema, a imagem a seguir é a máquina de reproduzir filme antiga:

Fonte: Autoria própria, 2019.

    Sala onde foi concedida a exposição: 

Fonte: Autoria própria, 2019.

Contextualizando...
    O museu está nas vozes da cidade, nas vozes dos visitantes, das pessoas que vivem pela região do Vale, pelos anúncios, por quem lá faz Arte e por todos que em algum momento têm alguma coisa pra contar sobre ele: seja pra falar da história ou seja pra contar o que viu numa visita, no contexto da Semiótica Social, o que conta são os meios de representação pelos quais o museu passa em imagens, fotos, mídias, e pessoas.

Post feito pelas alunas:

Amanda Arantes
Beatriz Medeiros
Erika Fernandes
Evelin Castro
Isadora Pereira

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