Para a aula de hoje, usemos um pouco mais de coerência
Ao produzirmos um texto, seja ele uma redação, artigo de opinião, conto, carta, anúncio publicitário, tempos que utilizar diversos recursos, pensando sempre que ele será depreendido, pois não existe texto ingênuo, sempre há uma intenção. Dessa forma, apresentaremos dois elementos cruciais para uma leitura eficaz: coerência e coesão.
Para identificar coerência e coesão precisamos ter conhecimentos como bons leitores.
Exemplo:
Conhecimento Linguístico.
Conhecimento de Mundo (empírico)
Conhecimento Enciclopédico.
Conhecimento Interacional.
"É preciso que o leitor/ alocutário desenvolva habilidades que lhe permitem detectar as marcas que levarão às intenções do texto" (Fávero 1985, p. 163).
Quando falamos de coesão e coerência, nos vem em mente textos. E para que o mesmo tenha os critérios de: Coerência, Coesão, Concisão e Clareza. Ele deve estar focalizado em um dos seus elementos- sujeitos ou objeto, emissor ou receptor- mantendo, uma forma objetiva na mensagem a passar. Um texto não precisa necessariamente ser formal para ser coerente, coeso, claro e conciso. Ele tem de manter uma linearidade, de maneira a levar o leitor direto a mensagem, a recebendo com clareza texto (texto coeso e claro).
A concisão é uma qualidade dos textos curtos que dizem muito com poucas palavras, e de outro lado temos a harmonia, o elemento mais importante presente nos textos para que o mesmo tenha sentido.
“O enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios” Evanildo Bechara.
A Coerência Textual é considerada fundamental para a textualidade, pois dela em grande parte o sentido textual. A construção da coerência textual depende da organização tentacular de fatores de diversas ordens: linguísticos, cognitivos, socioculturais, interacionais e pragmáticos. É pela coerência que as ideias são conectadas, harmonizadas, não contraditórias, propiciando a compreensão semântica global. Platão e Fiorin (1996, p 397-400), apresentam diferentes níveis de coerência, são eles:
Tipos de Coerência:
1. Coerência Narrativa: É a que corre quando se respeitam as implicações lógicas existentes entre as partes da narrativa, evita a ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos.
2. Coerência Argumentativa: Diz respeito ás relações de implicação ou de adequação que se estabelecem entre certos pressupostos ou afirmações explícitas colocadas no texto e as conclusões que se tira deles, as consequências que se fazem deles decorrer.
3. Coerência Figurativa: Diz respeito à combinatória de figuras para manifestar um dado tema ou à compatibilidade de figuras entre si.
4. Coerência Temporal: É aquela que respeita as leis de sucessividade dos eventos ou apresenta uma compatibilidade entre os enunciados do texto, do ponto de vista da localização no tempo.
5. Coerência Espacial: Diz respeito à compatibilidade entre os enunciados do ponto de vista da localização espacial.
6. Coerência no nível da linguagem usada e a compatibilidade: Do ponto de vista da variante linguística escolhida, no nível do léxico e das estruturas sintéticas utilizados no textos.
Tipos de Coesão:
A coesão é construída através de mecanismos gramaticais (pronomes anafóricos, catafóricas, artigos, elipse, concordância, correlação entre os tipos verbais, conjunções, etc[...], que definem as relações entre frases e sequência de frases e no interior das mesmas, e lexicais, através da reiteração, da substituição e da associação. As várias possibilidades de coesão textual podem se agrupadas em três grandes tipos:
1. Coesão Referencial: Diz respeito aos elementos que têm a função de estabelecer referência. Não são interpretados pelo seu sentido próprio, mas referem-se a alguma outra coisa, relacionando o signo do objeto. A coesão referencial é obtida por meio da substituição e reiteração de termos.
2. Coesão Recorrencial: Esta se dá quando, apesar de retomadas que têm a função de estabelecer referência. Não são interpretados pelo seu sentido próprio, mas referem-se a alguma outra coisa, relacionando o signo a um objeto. A coesão recorrencial é obtida por meio da substituição e recorrência de termo, paralelismo, paráfrase e recursos fonológicos.
3. Coesão Sequencial: Esta tem por função (assim como a recorrencial) fazer o texto progredir, encaminhar o fluxo informacional, porém não pela retomada de itens ou estruturas, mas pela sequenciação das sentenças através de mecanismos temporais e conectivos.
Tipos de Coesão:
A seguir alguns exemplos de textos sem coesão e coerência:
Conclusão:
Em suma, os fatores de coesão são os que dão conta da estruturação da sequência superficial do texto; e os de coerência, os que dão conta do processamento cognitivo do texto e permitem uma análise mais profunda do mesmo.
Assim, enquanto a coesão se dá ao nível microtextual (conexão da superfície do texto), a coerência caracteriza-se como o nível de conexão conceitual e estruturação do sentido manifestado, em grande parte, macrotextualmente.
Para chegar a compreensão do texto como um todo coerente, é necessário que sejam trabalhadas não só as relações coesivas (a coesão é decorrência da coerência e a concatenação linear não é garantia de um texto coerente), mas, e principalmente, as de conexão conceitual-cognitiva. 'É preciso que o leitor/alocutário desenvolva habilidades que lhe permitam detectar as marcas que levarão às intenções do texto" (Fávero, 1985, p.163).
GLOSSÁRIO:
ALOCUTÁRIO: LINGUÍSTICA pessoa a quem se destina uma mensagem, num processo de comunicação, por oposição a quem emite tal mensagem (locutor).
CONCISÃO: Característica ou atributo daquilo ou de quem é conciso; qualidade de quem fala ou escreve com clareza e de modo breve; brevidade, precisão: a concisão caracteriza um bom texto.
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