Estudo da oração - 4


Enfim, o quarto capítulo estuda os termos da oração, abordando o sujeito oracional, complementos verbais e predicação, os termos autônomos e internos e o quadro morfossintático de todo esse conjunto.
Vemos que o sujeito oracional é apenas uma noção gramatical e qualquer afirmação a seu respeito no intuito de defini-lo além da natureza semântica está errada. Primeiramente vimos que o sujeito não é termo essencial para orações, assim como o é o verbo.

(56) Chove demais no outono
(57) Está fazendo muito calor nesta cidade

Existe também a definição errônea que diz que o sujeito é o termo sobre qual se afirma algo ou é quem pratica a ação expressa pelo verbo.

(65) O garotinho apanhava demais dos amiguinhos.
(66) O pobre cãozinho estava sonolento.

Ainda existe a máxima que para encontrar o sujeito é só perguntar “quem? ” Ou “o quê...? ” Para o verbo da oração. Na prática, esse método só é usável em casos onde o sujeito é tão evidente que não se precisaria tentar descobri-lo.

(67) Caíram do varal as roupas estendidas.

Sabemos que no português as orações tendem a serem construídas no padrão sintático SVC, o que significa que a posição S, de sujeito, será determinada por um determinado tipo de sintagma, assim como VC, predicado ou sintagma verbal, será representando por um verbo que será ou não acompanhado de um complemento. Quando S não for ou não puder ser preenchida, a oração se construirá com um V ou VC.
A característica morfossintática definitiva do sujeito oracional é a de ser sempre de natureza substantiva, representando, portanto, um sintagma nominal, e, depois, a de ocupar preferencialmente a primeira posição do SVC. O método prático proposto para encontrarmos o sujeito é: todo termo da oração que puder ser substituído por um pronome reto ele/a(s) será o sujeito. Não usaremos “quem” ou “o quê” para formular a pergunta e a resposta hipotética para acharmos o sujeito, então, após perguntarmos a respeito do sujeito, não falaremos “o que” ou “quem” mas sim “ele/a(s)”

(74) Caíram do varal as roupas estendidas?

Sim, elas (roupas estendidas) caíram do varal. Vale lembrar que a posição do sujeito no padrão oracional é sempre de natureza substantiva, mesmo que, no uso, nem sempre se possa trocar o termo por um pronome reto correspondente, podendo optar por qualquer demonstrativo neutro, como “isso”

(82) Alguém está batendo à porta?
Sim, ele/a está batendo na à porta
(84) Quem fez essa barbaridade com o pobrezinho?
Ele/a fez essa [...]

Nos exemplos acima o sujeito não é indeterminado, apesar do pronome que o representa revestir-se de uma ideia indefinida, todos ocupam uma posição que poderia ser perfeitamente ocupada por qualquer outro sintagma nominal.

Comentários